Doença de Parkinson

Doença de Parkinson
Dr. André Horácio

Doença de Parkinson: um dos principais transtornos de movimento

Em nossa formação no Hospital das Clínicas da UFMG, tivemos o privilégio de aprender sobre os Transtornos de Movimento com o Prof Dr Francisco Cardoso, hoje presidente da Moviment Disorders Society (MDS), cujo Congresso anual mundial atendemos com diligência.

A Doença de Parkinson é cada vez mais uma doença degenerativa prevalente entre nós, secundada na neurologia apenas pela Doença de Alzheimer (falaremos sobre ela em outro momento).

Historicamente a doença foi descrita pelo médico britânico, James Parkinson, que observou o mal em alguns de seus pacientes e em 1987 publicou: An Essay on the shakinig palsy. Sim, paralisia agitante, foi como ele a descreveu e é fácil de entender por que soma o excesso de movimento anormal com o tremor a um estado de lentificação e rigidez.

Com o envelhecimento e vários fatores ambientais tóxicos, vemos os números de casos crescendo e ainda não temos uma solução curativa para esta doença, porém temos muitos tratamentos que retardam sua progressão e principalmente devolvem e ou mantem a qualidade de vida desses doentes, evitando que evoluam mais rapidamente para a incapacidade.

Como a maioria das doenças degenerativas ela se manifesta em geral a partir da quinta década de vida. Em alguns casos temos fatores genéticos envolvidos, mas a maioria dos casos são incidentais, nem sempre com um fator ambiental causador conhecido e estabelecido.
Os estudos têm demonstrado relação da doença com algumas substâncias, como agrotóxicos, tão presentes em nossos vegetais, chegando a nossa mesa. Com a penetração e fisiopatologia envolvendo os nossos intestinos, parece ter origem neles e de lá pela extensa inervação que recebem, atingem o nosso sistema nervoso central.

O processo é lento, crônico, reduzindo a dopamina no sistema conhecido como Nigro-estriatal especialmente, privando nosso sistema nervoso dessa substância tão importante. Ela é o neurotransmissor que permite, entre outras maravilhas a nossa boa movimentação.

Ao longo do tempo vai se acumulando a substância chamada alfasinucleina em nossos neurônios, formando corpúsculos conhecidos como Corpúsculos de Lewy e desenvolvendo a hoje mais importante “sinucleinopatia”, a Doença de Parkinson.

Os sinais principais da doença são motores, como a lentificação de movimento, a rigidez, o tremor, geralmente de repouso e a instabilidade. Há também as manifestações não motoras, que se associam para agravar o quadro, como a Depressão, transtornos de sono, alterações comportamentais, Demência. Todo o quadro deve ser tratado de forma global para preservar a mobilidade, mas também o bom estado mental de nossos pacientes.

Atualmente o tratamento substitutivo, através do precursor de Dopamina, Levodopa, combinado a benzerazida, é a principal arma de nosso arsenal terapêutico. Temos várias apresentações e modos de uso, que interferem evidentemente em sua absorção, farmacodinâmica e melhores efeitos. Temos também os agonistas dopaminérgicos, os anticolinérgicos, os inibidores da MAOB, etc.

O importante a saber combinar esses fármacos de forma harmônica obtendo mais efeitos benéficos que colaterais. Não nos esquecendo das medidas não farmacológicas trazendo uma rotina de vida mais saudável.

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