Doença de Alzheimer: a causa mais frequente de demência
O assunto é vasto e crescente em importância à medida que envelhecemos como indivíduo e população. Tentaremos ser sucinto e objetivo para auxiliar o leitor no que precisa saber para reconhecer em si ou na família um quadro suspeito de Demência e poder buscar ajuda.
Queixas de memória são frequentes em idosos, mas mesmo entre mais jovens. A maioria de nós não está satisfeito com sua performance nessa área da cognição. Precisamos diferenciar a subjetividade dessa percepção de incapacidade da disfunção de fato que caracteriza a Demência como doença degenerativa e geralmente irreversível. Além da memória, o comportamento muitas vezes se altera de forma a afetar o convívio familiar desses idosos.
Além do envelhecimento natural, temos muitos motivos para declinar em nossas capacidades cognitivas, que podemos entender como intelectuais. A principal é a Doença de Alzheimer (DA), uma doença degenerativa, hoje reconhecida como uma “taupatia”, mais frequente após os 60 anos de idade, cuja progressão em geral é lenta mas inexorável. Precisamos diferenciá-la de outras causas tratáveis como hipotireoidismo, pseudodemência da depressão, hidrocefalia de pressão normal, HIV, Etilismo crônico, Traumatismo craniano, tumores cerebrais, infecções encefálicas, doenças cerebrovasculares, esta a segunda maior causa de demência e também muitas vezes associada a própria DA como definimos Demência mista.
Os exames laboratoriais e de imagem tem valor na busca por causas tratáveis e diagnóstico diferencial, sendo menos útil como forma de screening de casos da doença. A avaliação neuropsicológica faz parte importante dessa propedêutica. Ainda não temos um marcador diagnóstico de DA. Temos fatores de risco como sabemos ser mais comum em mulheres, talvez pela maior longevidade, também o menor índice de escolaridade, a depressão, a hipoacusia, os fatores predisponentes para doenças cerebrovasculares como a Hipertensão, dislipidemia, obesidade, sedentarismo, têm valor estatístico. Sabemos que há um fator genético, mas com a prevalência elevada que após os 85 anos um em cada três indivíduos terá Demência, é difícil encontrar famílias que não tenham casos da doença. Conhecendo estes fatores, podemos evitar ou tratar a maior parte deles, exceto o envelhecimento em si.
Apesar do progresso da medicina e pesquisa incansável, ainda não temos um tratamento efetivo para a Doença de Alzheimer. Temos os anticolinesterásicos que geralmente são úteis e outros que não citaremos aqui. Nem por isso deixa de ser importante o diagnóstico correto e o acompanhamento desses doentes.
Precisamos acolher e tratar, se possível precocemente, dessa forma retardando a progressão e dirimindo os impactos causados na família. Será importante entender e saber lidar com a nova realidade na vida de alguém que amamos e que progressivamente declinará em todas as suas capacidades. Com as medidas mais acertadas poderemos preservar a qualidade de vida do doente e de sua família, ganhando tempo de qualidade e evitando tantas complicações dessa condição cada vez mais comum em nossos lares.