Epilepsia: Perspectivas para melhorar a qualidade de vida
Epilepsia é uma palavra que vem do grego e significa algo que vem de cima e abate a pessoa. Até hoje essa etimologia nos traz a lembrança do que é uma crise epiléptica.
Há descrições de crises epilépticas e ponderações sobre seu tratamento desde a época de Hipócrates, na Grécia antiga.
Crise Epiléptica e o Cérebro
Primeiro precisamos entender que nosso cérebro tem uma estrutura anatômica e uma neurofisiologia que implica processos químicos e elétricos para seu funcionamento.
Quando acontecem descargas elétricas anormais localizadas e elas se espalham, temos o evento de uma crise epiléptica. A recorrência desses eventos é o que caracteriza a epilepsia.
A determinação de tratar, ou não, depende dessa probabilidade de recorrência.
Os estudos estatísticos nos auxiliam a nortear essas decisões, mas é importante entender que a recorrência dos episódios torna cada vez mais provável que as crises epilépticas voltem a acontecer.
A história e a ciência têm desmistificado o problema, tirando a carga de “maldição” que já existiu sobre os acometidos com epilepsia.
Epilepsia - Formas de Manifestação das Crises Epilépticas
As formas de manifestação das crises epilépticas variam e, assim, sua classificação.
Podemos ter as crises epilépticas típicas, antes chamadas de “grande mal”, com a perda de tônus e consciência, evoluindo com rigidez e abalos musculares mais violentos – as convulsões – que depois deixam a pessoa em um estado de sonolência e confusão mental, retomando a consciência aos poucos .
Mas, há crises mais sutis, como pequenas ausências ou abalos musculares localizados, ou mesmo, alterações autonômicas. Essas crises muitas vezes demoram a ser diagnosticadas e tratadas.
Qualquer pessoa pode ter uma crise convulsiva provocada, mas algumas têm maior predisposição, seja genética, anatômica, metabólica e em algumas delas encontraremos uma alteração que gera a descarga elétrica anormal. Em muitas não há um motivo identificado.
A prevalência da epilepsia pode chegar a 2% na população geral, o que equivale a dizer que em uma sala de aula de 50 alunos, um deve ter epilepsia.
Evolução no Tratamento da Epilepsia
O tratamento da epilepsia vem evoluindo muito nesses últimos 150 anos, junto com o entendimento da epileptogênese.
Desde a década de 90, contamos com medicações mais modernas que tratam o problema e geram menos efeitos colaterais, permitindo uma boa qualidade de vida a mais de 70% das pessoas tratadas.
Quero deixar a mensagem de que vale muito a pena tratar e que podemos viver normalmente com a condição.
A consulta com o neurologista para tratar a epilepsia é o caminho e a especialidade médica que vai ajudar a lidar com a condição com mais segurança e tranquilidade.